sexta-feira, 12 de junho de 2009

Faltam 120 pilotos na Força Aérea

In "Correio da Manhã":

CM_noticia_pt_1 A Força Aérea Portuguesa continua a perder pilotos para a aviação civil. Só nos últimos três anos, 77 profissionais abandonaram aquele ramo das Forças Armadas, que actualmente enfrenta um défice de 120 pilotos. O Presidente da República considerou preocupante a situação e lançou um alerta: "Já tem havido carência de pilotos para operações de apoio no mar."

Cavaco Silva deixou o aviso numa visita à Base Aérea de Sintra, em Maio, após o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Luís Araújo, lhe ter confidenciado que "a TAP é como uma segunda Força Aérea no que diz respeito à captação de pilotos e que a SATA uma terceira".

Em média, a Força Aérea perde dez pilotos por ano, que procuraram carreiras na aviação civil, que tem remunerações mais elevadas. Entre 2006 e 2008, 77 pilotos deixaram aquele ramo, tendo 29 pedido o abate ao quadro permanente, segundo dados da Força Aérea. Só em 2007, 17 pilotos pediram para sair do quadro permanente.

Com um total de 313 pilotos, a Força Aérea só tem à sua disposição 272 profissionais, sendo que este número ainda inclui pilotos em formação. No total, a Força Aérea precisa ainda de cerca de 120 profissionais para pilotar as mais de 140 aeronaves que possui.

Em resposta ao apelo do Presidente da República, o ministro da Defesa, Severiano Teixeira, garantiu que o novo estatuto de remunerações dos militares trará uma solução para evitar a saída de mais pilotos da Força Aérea.

TÉCNICOS QUEREM SAIR

"A situação do pessoal técnico da Força Aérea é ainda mais gritante." O aviso é do presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), António Lima Coelho, que garantiu que os pilotos não são os únicos militares a abandonar a Força Aérea. Segundo Lima Coelho, "a mão-de-obra técnica na Força Aérea" também procura uma carreira na aviação civil, onde os salários são mais elevados, e verificou-se mesmo a "falta de profissionais nesta área".

"Nos últimos concursos, as especialidades técnicas têm tido menos candidatos", avisou Lima Coelho, considerando que a problemática dos pilotos tem merecido mais atenção por parte das chefias do que a dos técnicos. A situação está a motivar, por isso, algum mal-estar na Força Aérea. "Nunca vi um avião voar só com um piloto", sublinhou Lima Coelho.

SAIBA MAIS

TEMPO DE SERVIÇO

O tempo mínimo de serviço efectivo para os pilotos-aviadores passou de oito para 12 anos, de forma a travar a saída destes profissionais da Força Aérea.

21 MILHÕES

Entre 2004 e 2006 o Estado gastou mais de 21 milhões de euros para formar e qualificar pilotos da Força Aérea nos Estados Unidos da América.

2 MILHÕES

O Estado gasta mais de dois milhões de euros na formação e qualificação de cada novo piloto da Força Aérea.

INDEMNIZAÇÃO

Os pilotos-aviadores podem ser obrigados a pagar uma indemnização à Força Aérea por deixarem o Ramo antes de cumprirem o tempo de serviço mínimo.

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