sábado, 30 de outubro de 2010

Programa das Festas RTP em Abrantes

Programa a proposito da 9ª Edição Feira Nacional de Doçaria Tradicional

Videos RTP 30-10-2010:Tigeladas

Ver:

9ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional:

De 29 de Outubro a 1 de Novembro de 2010, na antiga Rodoviária, em Abrantes

O Centro Histórico de Abrantes vai receber a Feira Nacional de Doçaria Tradicional pelo nono ano consecutivo. Para esta edição a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e a Câmara Municipal de Abrantes prometem trazer à cidade florida a maior Palha de Abrantes jamais vista. O doce tradicional vai ser reproduzido num tamanho 100 vezes superior à sua dimensão real.

A maior Palha de Abrantes do país irá abrilhantar a inauguração do certame, no dia 29 de Outubro, preparada pelo doceiro Manuel Correia, que terá de empregar cerca de 720 ovos na confecção do doce conventual. Com o objectivo de “valorizar e promover a doçaria da região, utilizando um dos seus principais ícones”, como explica o Técnico Coordenador da TAGUS, a organização pretende ainda superar o feito, no domingo, dia 31 de Outubro, exibindo uma Palha ainda maior, com cerca de um metro de diâmetro.

Mas as novidades da 9ª Feira de Doçaria Tradicional não ficam por aqui, na manhã sábado, dia 30 de Outubro, o certame traz um mercado de doces tradicionais ao Centro Histórico, que terá o intuito de “tentar descobrir os doces que se perderam ou caíram no esquecimento nos lugares de Abrantes, contando para isso com o apoio das associações e dos grupos etnográficos do concelho”, explica Pedro Saraiva, Técnico Coordenador da TAGUS.

A tarde de 30 de Outubro é marcada por um programa dirigido às crianças, que conta com uma sessão de contos infantis, dinamizado pelo contador de histórias. “Faz & Conta”, na sua caravana, recorre a ferramentas do teatro e da música para atrair a atenção dos mais pequenos. “Tosta-Mista, o Malabarista” promete também animar os pequenos visitantes, logo a seguir à actuação do ATL “O Pequeno Lavrador”.

As noites de 29, 30 e 31 de Outubro serão dedicadas aos mais crescidos, com música para todos os gostos, animadas por grupos que trazem desde jazz, bossanova, e até mesmo música tradicional portuguesa à antiga Rodoviária de Abrantes.

Durante estes quatro dias de certame, haverá também duas exposições: uma mostra sobre a doçaria tradicional e conventual, com os utensílios utilizados na sua confecção, que funcionará na Assembleia de Abrantes; e a exposição do Palhinhas. O desafio lançado pela TAGUS ao pré-escolar e às escolas do 1ºciclo do Ensino Básico é de criar um conto sobre as aventuras da figura de Banda Desenhada, que personifica o doce Palha de Abrantes, tendo como cenário um local emblemático do concelho.

Esta edição da Feira de Doçaria Tradicional estende-se até ao “dia dos bolinhos”, 1 de Novembro, reforçando a sua ligação a esta tradição das crianças pedirem bolos e doces de porta-a-porta. A Feira de Doçaria Tradicional traz, novamente, a Abrantes doces, compotas e licores provenientes de Norte a Sul do País, tendo como uma das novidades deste ano os rebuçados de Portalegre. O certame junta ainda animação para diversos públicos, o que torna este evento ideal para encontrar os amigos e reunir a família.

Abrantes: Feira Nacional de Doçaria Tradicional até dia 1:

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Doçaria
Na doçaria, as estreias desta edição são as Fogaças de Santa Maria de Feira, os Rebuçados de Portalegre e bolachas tradicionais, vindas de Lisboa. O INOV’LINEA – Centro de Transferência Alimentar vai ter à prova marmeladas de vários sabores: menta selvagem, frutos silvestres, maracujá, tomate, pimento vermelho e morango.
Este certame vai contar com 31 expositores.
A nível local, a feira irá de doçaria tradicional:
- o mel da Colmeicentro e de José César, ambos de Abrantes;
- a marmeladas e Geleias, da Quinta do Côro, de Sardoal;
- a palha de Abrantes, Tigeladas e Broas das Pastelarias Tágide
- os queijinhos do Céu de Maria de Lurdes Mendes, de Constância;
- os doces e Compotas da Quinta de São José, de Sardoal;
- Bolos de Massa Lêveda, Filhós, Broas e Tigeladas de Celestina Luísa, de Alvega.
- a doçaria tradicional de Maria Ermelinda Gaspar e do Jardim-de-infância e 1º Ciclo de Alferrarede-Velha, das Associações de Pais e Encarregados de Educação do “ATL Pequeno Lavrador” da Escola António Torrado, da Escola da Chainça, do Jardim-de-infância de S. João.
A nível nacional, as zonas do país representadas vão ser: Santa Maria da Feira, Portalegre, Lisboa, Caldas da Rainha, Évora, Alcobaça, Torres Novas, Odivelas, Tentúgal, Óbidos, Aveiro, Cadaval, Ovar, Setúbal, Arouca, Fundão, Abrantes, Constância e Sardoal.
Na feira estarão expostos: Palha de Abrantes, Tigeladas, Broas, Pastéis de Santa Clara, Queijinhos do Céu, Bolos de Massa Lêveda, Fogaças, Rebuçados de Portalegre, Bolachas Tradicionais, Tortas de Azeitão, Travesseiro de Coina, o Doce de Palmela, o Folar de Mel de Coina, Esses, Bolo Fidalgo, Pão de Rala, Siricaia, Ovos-Moles de Aveiro, Pastéis de Tentúgal, Castanhas de Ovos, Pão de S. Bernardo, Farinheiras Doces, Pedras Parideiras, Barriga de Freira, Cornucópias de Alcobaça, Pão-de-ló de Ovar, Bolachas do Cadaval, Doçaria Tradicional, Doces e Compotas de Sardoal, de Portalegre e da Gardunha, Ginjinha de Óbidos e de Alcobaça, Moscatel de Setúbal e Licores.

Maior Palha de Abrantes
Preparação da maior Palha de Abrantes
Sexta-feira (dia 29.OUT.), 17h – 60cmx60cm
Reprodução do doce tradicional de Abrantes numa escala 100 vezes (60cmx60cm) superior ao tamanho normal (6cm). Os doceiros Manuel e Fernando Correia da Pastelaria Tágide vão utilizar 720 ovos na massa de amêndoa e nos fios de ovos, e 7,5kg de açúcar na preparação da Palha de Abrantes.
Domingo (dia 31.OUT.), 18h – 1mx1m
Os doceiros da premiada pastelaria com quase 30 anos são desafiados a superar o tamanho da palha confeccionada na sexta-feira e irão preparar ao vivo uma Palha de Abrantes com uma base de 1m2 que irá levar 90 dúzias ovos.

Mercado de Doces Tradicionais
No sábado de manhã irá decorrer na Praça Barão da Batalha um mercado de doces tradicionais, que faziam parte da identidade do concelho, mas que hoje-em-dia já caíram no esquecimento e apenas se podem encontrar em alguns lugares e aldeias de Abrantes. Este mercado composto por bancas de doces conta com a dinamização de algumas colectividades e grupos etnográficos da Cidade Florida. São elas: Associação de Solidariedade Social de Fontes, Grupo Etnográfico da freguesia de Alvega, Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas, Grupo Folclórico e Etnográfico de Vale das Mós, Ranho Folclórico da Casa do povo do Pego, Rancho Folclórico Grupo Etnográfico da freguesia de Alvega; Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas, Grupo Folclórico e Etnográfico de Vale das Mós, Ranho Folclórico da Casa do povo do Pego e Rancho Folclórico “Os Peneireiros” de Martinchel.

Doces Memórias
Doces Memórias trata-se de uma exposição sobre doçaria tradicional e conventual, que reúne utensílios usados na confecção de doçaria e debruça-se na evolução da doçaria nos tempos. Esta mostra estará patente durante os dias da feira entre as 15h e as 19h.

domingo, 24 de outubro de 2010

Militares do exército mostram capacidades em Castelo Branco

In "RTP Noticias":

O Exército Português comemora hoje o "Dia do Exército", data em que se celebra também a tomada de Lisboa, em 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército.

A máquina Singer

In "DNOTICIAS.PT":

cronica1 A máquina de costura Singer, de tampo de madeira carunchosa e letras douradas gastas, continua em casa do meu pai, no lugar onde a minha mãe a deixou. Na gaveta pequenina ficaram, durante anos e anos, as linhas e agulhas, botões e restos de tecido, um pouco da memória da minha mãe e do modo como governou a casa, como tratou das nossas vidas. Arrumada a um canto e protegida por um pano de reposteiro, a velha máquina fez cortinas, subiu bainhas, ajustou as calças de ganga e, quando parecia impossível, salvou a nossa adolescência.

O meu irmão e eu entramos nessa idade de incertezas e turbilhão interior, de individualismo obstinado e urgente necessidade de ser como os outros na mesma altura em que o FMI chegou a Portugal. A crise galopava, devorava empregos, engolia os salários e, nas lojas, a inflação de 20% não deixava dinheiro para luxos. Mas, por muito que tudo isto fosse verdade, nós continuávamos a ser dois adolescentes. E a minha mãe, que não tinha estudos, nem noções de psicologia, percebeu depressa os milagres que a máquina de costura, velha e carunchosa, podia fazer.

Mesmo sem gostar muito, arrastava a Singer de letras gastas para a sala, abria a janela para entrar luz e tirava a tarde para aturar as nossas manias. As camisas de colarinhos puídos do meu pai e do meu avô passavam  a camisas às riscas com que se podia fazer vista na escola. Das sobras de tecidos da alfaiataria do meu tio fazia saias às pregas e, quando eu pedia muito, dava um jeito a roupa antiga, esquecida dentro de armários. Do mofo e do esquecimento, naqueles anos de aperto, a minha mãe acertou o  casaco Dr. Jivago da minha prima, um conjunto de tweed da minha tia Alice e até o casaco cinzento da minha avó viu a luz do dia.

Contente com aqueles trapos desencantados dos armários, eu usava-os ao estilo alternativo,  misturava com os jeans gastos pelo uso e as camisas que partilhava com o meu irmão. Cada peça de roupa tinha uma história e um percurso, não morria numa estação. Nós não tínhamos direito a isso, a entediar-nos com a cor ou com o feitio. Nós só podíamos  ter esperança  nos milagres da velha máquina de costura da minha mãe.

Ao fim da tarde, depois de coser e descoser roupas antigas, a minha mãe voltava a arrastar a  Singer para o cantinho, no quarto de engomar, mesmo em frente ao espelho. Arrumava as linhas e os botões, os fechos de correr e os restos de tecido antes de cobrir tudo com o pano de reposteiro. Ainda lá está, no lugar onde a minha mãe a deixou vai para 18 anos, depois de me ter feito a saia preta que levei à benção das fitas em Lisboa. O FMI já tinha deixado Portugal, mas a crise levou muitos mais anos a deixar a nossa vida e a nossa casa no Laranjal.

 

Ver mais crónicas, interessantes porque são recordações dos tempos passados e são validas tanto para as ilhas como para o continente,visto que há vários traços comuns:

Aprendiz de costura

A chuva e o Outono

O grande cisma

O dia do Monte

O tempo de uma lei

'A gente não sabia...'
A excursão da paróquia

Terra e água

Molière na cozinha a lenha

O futuro: Nesta altura das reportagens, quando entram em cena os pais modernos, tolerantes e democráticos, percebo que é oficial: não sou deste século. Imagem_cubo_magico

Tão alto como as estrelas

Velharias

A rota da saudade

O balanço

O cubo mágico

A sorte

Bolos

Feliz Natal

...

 
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