Europa: um declínio inevitável?
In "Jornal de Negócios Online"
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Quais os verdadeiros desafios da Europa no século XXI?
O problema é que, de facto, as discussões actuais e os programas políticos da “agenda europeia” estão cada vez mais afastados da abordagem dos verdadeiros problemas da realidade actual e dos desafios que a mesma impõe à União Europeia, a médio e longo prazo. E os grandes desafios da Europa do século XXI são, a meu ver, os seguintes:
a) Que posicionamento face ao crescente poderio económico e político dos chamados países emergentes;
b) Como combater o declínio demográfico europeu;
c) Como proteger os interesses europeus na disputa, cada vez maior, pelo controlo dos recursos naturais a nível mundial.
A recente crise financeira permitiu evidenciar, como nunca antes acontecera, uma nova realidade: as economias emergentes são crescentemente autónomas e começam a constituir o principal motor do desenvolvimento mundial.
Pela primeira vez, uma crise financeira e de crescimento económico nas economias desenvolvidas não está a afectar as economias emergentes.
Pelo contrário, estas respiram saúde em termos de crescimento económico, reservas financeiras sobre o exterior e capacidade para atrair investimento.
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É possível evitar o declínio
Evitar o declínio da Europa como grande potência económica e política está nas mãos de todos os cidadãos Europeus.
Temos “massa cinzenta” (“brain power”), iniciativa empresarial, cultura e história como nenhuma outra civilização. O declínio pode ser evitado. Mas isso implica que a classe política europeia assuma, com coragem, políticas estruturais de longo prazo que rompam com o marasmo, o pântano e a inércia que têm caracterizado os últimos anos.
O desenvolvimento não se decreta nem regula. Ele é tanto mais rápido e diversificado quanto maior for a liberdade de uma sociedade e da sua economia. Os soviéticos foram os últimos a tentar o contrário e criaram um monstro civilizacional que deixou milhões de pessoas a viver à míngua durante décadas e décadas.
Reafirmar o princípio da subsidiariedade de Bruxelas nos interesses dos cidadãos, aprofundar as liberdades em todas as suas dimensões, devolver cada vez mais poder aos cidadãos e à sua livre iniciativa são os caminhos para inverter o caminho para o declínio.
O processo até agora implementado para a aprovação da Constituição Europeia – com a ausência total de participação dos cidadãos europeus – está longe, por isso, de contribuir para o fortalecimento dessa Europa líder do desenvolvimento económico e cultural, relevante para o futuro da humanidade no século XXI, que todos desejamos e que, “malgré tout”, ainda é possível!
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