segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mais de metade da motivação depende do líder

In "Semanario Económico"

Um colaborador de elevado potencial é encarado por muitos chefes como uma ameaça. É preciso que o líder saiba abrir condições e espaço na empresa para satisfazer as ambições do colaborador, sem que isso o afecte negativamente.

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Gerir colaboradores versus gerir um líder. Nas organizações americanas é prática comum a avaliação do desempenho dos líderes por parte dos colaboradores. Luís Sítima sublinha a importância deste input e lembra que, nalguns casos, pode estabelecer-se uma relação directa entre esta avaliação e a concessão de prémios ou regalias.
Um colaborador que deseja progredir na carreira precisa de saber gerir os seus líderes e não apenas de ser gerido por eles. Esta é uma opinião partilhada por vários especialistas em Recursos Humanos. “Quando o líder é um entrave, o grande desafio do colaborador é saber guiá-lo”, defende Luís Sítima. Pode parecer uma tarefa difícil, mas o consultor deixa algumas sugestões como falar abertamente com o chefe, procurar oportunidades, comentar internamente que está disponível para experimentar outras áreas dentro da empresa. Gerir uma carreira é essencial para que o colaborador ganhe visibilidade dentro da organização. No entanto, se após todas estas diligências, a progressão continuar aquém das expectativas, nada mais haverá a fazer senão procurar um novo desafio.
As hierarquias vincadas da cultura latina. Não saber lidar com uma “estrela” na equipa é um problema que não tem a ver apenas com a organização: é uma questão da natureza humana, inerente a qualquer sociedade. Há, contudo, na forma de ser e estar dos povos latinos uma tendência para distinguir de forma mais vincada os subordinados do chefe.
Em Portugal, as pessoas têm muito o hábito de pensar que são chefes. Mas não são. Têm de compreender que estão chefes, mas que o podem deixar de ser a qualquer momento”, observa José Bancaleiro. Esta forma de “agarrar” o poder é bem diferente do que acontece, por exemplo, nas culturas anglo-saxónicas. Na Holanda ou nos EUA, as pessoas, em geral, têm uma noção mais clara desta necessidade de mobilidade.
Luís Sítima corrobora um sentido hierárquico muito arreigado na sociedade portuguesa, mas acredita que este espírito tem sido minimizado: “Há muito esforço no sentido de tornar a mobilidade e a formação das pessoas mais efectiva”. E lembra: “a hierarquia só por si não vale, principalmente se existir apenas para impedir que as pessoas cresçam”.

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