sábado, 8 de dezembro de 2007

Como prolongar o tempo de vida das baterias de Lítio!

O efeito de memória, ou seja o ficar "viciada".

No caso das baterias de lítio, esta regra não se aplica, portanto o andar a descarregar completamente e carregar apenas quando descarregada é completamente inútil e até prejudicial como vão verificar mais abaixo.
A bateria de lítio pode ser carregada qualquer que seja a sua carga actual.

Uma bateria de lítio admite 300 - 400 ciclos de carga/descarga. A bateria prefere uma descarga parcial em vez de uma descarga completa. As descargas completas frequentes devem ser evitadas. Por isso, carregue a bateria mais vezes. Não existe qualquer problema de efeito memoria quando se aplicam cargas não programadas.

As baterias dos portáteis contêm um medidor de capacidade que com o uso fica descalibrado. Alguns portáteis incluem na BIOS ferramentas para recalibrar a bateria o que não é mais do que uma descarga completa seguida de uma carga completa.
Portanto para calibrar o medidor, deve ser feita, em cada 30 carregamentos parciais, uma descarga completa seguida de uma carga completa.
Um medidor descalibrado pode levar a que seja indicado um valor errado da capacidade, desligando o PC quando a bateria ainda tem capacidade.

Será que se deve tirar ou não a bateria quando nos ligamos a corrente?

A resposta é: SIM e NÃO, depende dos casos.
Não prejudica ter a bateria a 100% de carga e estar com o adaptador AC/DC ligado, pois a bateria assim que chega aos 100% deixa de receber energia e é feito um bypass directamente para o sistema de alimentação do portátil.
Porém existe uma desvantagem em manter a bateria no portátil quando ligado à corrente, mas apenas, se esta estiver a sofrer aquecimento gerado pelo hardware do portátil.
Portanto:
Uso normal do portátil sem aquecer (na ordem dos 30~40ºC) -> manter a bateria
Uso intensivo que leva a um grande aquecimento -> retirar a bateria para que esta não aqueça·
O calor, aliado ao facto de estar a 100% de carga são o grande inimigo da bateria como se pode ver na tabela abaixo:

 

Quando se pretende conservar por longos períodos a bateria, esta deve ser feita com a carga da mesma a 40% e num local o mais fresco e seco possível.

O maior inimigo de uma bateria de lítio é o calor, e se a carga estiver a 100% pior.

 

Referencia: http://www.batteryuniversity.com/parttwo-34.htm

http://www.batteryuniversity.com/partone.htm

e  http://www.batteryuniversity.com/parttwo.htm

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Exposição da População aos Campos Electromagnéticos - há perigo ou não?

Em 2007 a Direcção Geral de Saúde divulgou um estudo intitulado: "Exposição da População aos Campos Electromagnéticos" , onde se afirma que:

A radiação electromagnética não ionizante não tem energia suficiente
para provocar uma ionização, mas, em função da sua frequência, é capaz
de induzir outros efeitos biológicos. A produção de calor foi a primeira a
ser identificada, contudo os estudos mais recentes revelaram outras
interacções biológicas. De tais factos, é importante perceber os possíveis
efeitos patológicos das ondas electromagnéticas.
Há efeitos térmicos e não térmicos resultantes da actuação dos CEMs
num organismo vivo.

O sintoma mais comum da exposição à radiação electromagnética é o aumento da temperatura dos tecidos.

Quando este aumento chega a valores entre 1º e 2ºC, dão-se vários efeitos:

Uma das zonas termicamente mais vulneráveis são os olhos, devido
à sua reduzida irrigação sanguínea, podendo conduzir à formação de
cataratas em situações de exposição aguda.

...

Foi determinado um limiar de exposição de 150 mW/cm2, para
além do qual aparece uma catarata. Não há evidência que este efeito
cataratogénico ocorra perante os níveis de radiação de uma exposição
crónica a hiperfrequências de fracas intensidades a que a população em
geral está exposta, sendo necessárias exposições de grande intensidade,
durante pelo menos 1 h para provocar esta doença.

O uso de óculos altera os efeitos físicos das radiações electromagnéticas.
As armações metálicas dos óculos podem funcionar como reservatórios de
calor, potenciando os efeitos térmicos.

...

Os efeitos principais não térmicos detectados, cuja súmula a seguir se
apresenta, não se limitam aos efeitos da exposição a partir de uma estação
de base de um sistema de comunicações móveis, dado que muitos deles
foram efectuados com base nas radiações emitidas por um telefone móvel.
Há, de facto, diferenças na exposição a um telefone móvel e a uma estação
base. A intensidade máxima do campo eléctrico existente na cabeça de um
indivíduo exposto às radiações de um telefone móvel pode atingir cerca
de 50 V/m
, enquanto no caso da exposição da população em geral a uma
estação base, a intensidade máxima do campo eléctrico nos locais de
exposição da população em geral raramente ultrapassa os 5 V/m. A potência
emitida por uma antena de uma estação de base é reduzida, e os níveis
de exposição decrescem aproximadamente com o quadrado da distância
em relação à fonte, de tal forma que, a uma distância de alguns metros,
os níveis de exposição são inferiores a uma percentagem razoavelmente
significativa dos limites de exposição ao público.

...

Dar a conhecer o risco é indispensável. Vive-se uma época de quase
poluição física por ondas electromagnéticas.
O indivíduo só poderá proteger-se se estiver informado. Reter a
informação não é forma mais adequada de procedimento. Uma informação
objectiva, séria e ponderada, multiplicando as fontes de informação e
protegendo a sua independência, reduz as desconfianças por parte das
populações e leva-as a adoptarem as medidas de protecção individual e
colectiva propostas pelos avanços científicos e tecnológicos. Não seguirão
assim as pessoas os arautos de desgraças que unicamente pretendem
vender este ou aquele material de hipotética protecção individual
, que
muitas vezes mais não é do que uma panaceia sem qualquer fundamento
científico, para lucros de uns quantos menos honestos.
Por fim, prevenir os riscos, suscitando acções impeditivas de possíveis
acidentes.
A informação é a primeira etapa da prevenção, sabendo-se que esta
começa no indivíduo, antes de se estender em seu redor. Basta um uso
criterioso do telefone móvel para reduzir o impacte dos CEMs na saúde
. É
aconselhado um afastamento prudente de quaisquer fontes importantes de
CEMs. Está-se aqui ao nível da responsabilidade de cada um na qualidade
do seu microambiente.

...

A utilização duma nova tecnologia apresenta vantagens importantes.
Mas não menos importante é a saúde das pessoas. E em matéria de saúde,
a racionalidade deve ser acompanhada de prudência, mesmo pecando por
excesso de precaução.
 

Um relatório do Bioinitiative Working Group:

Alerta que as tecnologias sem fios que usam radiofrequência para enviar e-mails e comunicações de voz e  são "milhares de vezes mais fortes do que os níveis identificados" estando associados a sintomas físicos, incluindo dores de cabeça, fadiga, sonolência, tonturas, alterações da actividade cerebral e falta de memória e concentração.
Os cientistas revelam que estes efeitos podem ocorrer mesmo com pequenos níveis de exposição, se acontecer numa base diária, sendo as crianças mais vulneráveis.

O relatório do Bioinitiative Working Group:  http://www.bioinitiative.org/report/docs/report.pdf

O estudo da Direcção Geral de Saúde:  http://www.dgs.pt/upload/membro.id/fich … 009084.pdf

Mais informações: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/3967073.stm

e http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/4602315.stm

Telemóveis associados a maior risco de cancro

In "PUBLICO.PT"

Investigação publicada no American Journal of Epidemiology:

As radiações das ondas emitidas pelos telemóveis aumentam o risco de cancro das glândulas salivares, segundo um estudo de investigadores israelitas divulgado hoje pela AFP e publicado na edição de Dezembro da American Journal of Epidemiology.
O trabalho permitiu concluir que os riscos deste tipo de cancro são 50 por cento maiores para os utilizadores frequentes de telemóveis (22 horas por mês ou mais). O perigo aumenta se os utilizadores usarem frequentemente a mesmo lado (orelha) para a comunicação. “Os resultados sugerem que existe uma relação de causa efeito entre os telemóveis e o desenvolvimento de tumores nas glândulas salivares”, concluem os investigadores.
Num grupo de 460 doentes, 58 desenvolveram tumores malignos e em 402 foram detectados tumores benignos das glândulas.
A investigação foi liderada por Sigal Sadetzki, do centro médico Tel Hashomer de Tel Aviv e terá sido apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A possível ligação entre o cancro e a utilização dos telemóveis tem sido muito estudada ao longo dos anos. Aparentemente, ainda não existem provas que permitam concluir que existe uma relação directa entre o aparecimento de tumores no cérebro e os aparelhos, no entanto, alguns especialistas defendem que devem ser aprofundados os estudos que se dediquem à utilização a longo prazo.

...

OS CAMPOS ELECTROMAGNÉTICOS

As emissões de campos electromagnéticos devem ser claramente diferenciadas entre emissões ionizantes e não ionizantes.
As emissões ionizantes correspondem, como descrito na Fig.1, a frequências elevadas, superiores a 1 milhão de GHz. As radiações emitidas a estas frequências dispõem de energia quântica suficiente para realizar a libertação de electrões dos átomos de matéria exposta a esta radiação (Ionização), podendo portanto quebrar ligações químicas e permitir o aparecimento de novas formações atómicas e moleculares.
As emissões não-ionizantes, com frequências mais baixas, como as usadas nas comunicações móveis (0.9 a 2.2 GHz), só dispõem de energia suficiente para provocar o aumento de temperatura dependendo da potência de emissão usada sem que se verifique qualquer alteração conhecida das formações celulares. Esta variação de temperatura tem um amplitude relativamente baixa e desprezável se comparada com outras variações de temperatura provocadas por factores naturais a que somos submetidos no nosso dia a dia.

Figura5

Fig.1 - Espectro electromagnético  

RECOMENDAÇÕES E REGULAMENTAÇÃO

A Comunidade Europeia publicou a directiva 1999/519/EC de 12 de Julho de 1999 estabelecendo os níveis máximos de exposição a campos electromagnéticos. Os limites estabelecidos são concordantes com os definidos pelo ICNIRP(International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection).

Sistema de Comunicações Móveis

Intensidade do Campo Eléctrico E (V/m)

Intensidade do Campo Magnético H (A/m)

Densidade de Potência(W/m2)

GSM 900 MHz

41.25

0.11

4.5

DCS 1800 MHz

58.33

0.16

9

UMTS 2000 MHz

61

0.16

10

Tabela 2 - Limites de Exposição a Campos Electromagnéticos

Referencia:

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1313057&idCanal=13

http://www.vodafone.pt/main/A+Vodafone/PT/ResponsabilidadeSocial/AntenaseSaudePublica/antenasesaudepublica.htm

Ver:

Noções Básicas sobre ondas electromagnéticas

Efeitos Biológicos da Radiação

Limites de Segurança

sábado, 1 de dezembro de 2007

A dívida e a culpa ...

In "Mar Salgado"

A dívida e a culpa são irmãs, diz Gunter Grass. Outros dizem que hoje rejeitamos a culpa. Não me parece. Na Antiguidade europeia ( os chineses são outro circo) as escolas e os espelhos referiam já a nossa relação com a culpa ( do éloignement epicurista à dureza da Antígona, ela esteve sempre presente). A religião forneceu à culpa um rosto reconhecível e aceitável: aruumou-a num lugar concreto, o da passagem para a salvação. Mas ela não desapareceu com a famosa e confusa "cartilha hedonista".
Muitos dos que hoje vivem com antidepressivos, drogas ilegais ou álcool ( quase todos), alimentam a besta. Se o modo de vida despreocupado e egoísta ilude os que pensam que a culpa partiu para Cápua, é apenas um problema de percepção. Hoje juramos não ter pachorra para a culpa e pagamos bem aos psis para nos aliviar? Então ela está aí para as curvas.
A ligação à dívida ajuda a perceber. Gerações inteiras que viram os pais fazer o que quiseram acham. e bem, que devem pouco. Por sua vez, quando essas gerações fazem o que lhes dá na gana, a culpa não desaparece: fica é sozinha. E é naturalmente insuportável.

 
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