sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Exposição da População aos Campos Electromagnéticos - há perigo ou não?

Em 2007 a Direcção Geral de Saúde divulgou um estudo intitulado: "Exposição da População aos Campos Electromagnéticos" , onde se afirma que:

A radiação electromagnética não ionizante não tem energia suficiente
para provocar uma ionização, mas, em função da sua frequência, é capaz
de induzir outros efeitos biológicos. A produção de calor foi a primeira a
ser identificada, contudo os estudos mais recentes revelaram outras
interacções biológicas. De tais factos, é importante perceber os possíveis
efeitos patológicos das ondas electromagnéticas.
Há efeitos térmicos e não térmicos resultantes da actuação dos CEMs
num organismo vivo.

O sintoma mais comum da exposição à radiação electromagnética é o aumento da temperatura dos tecidos.

Quando este aumento chega a valores entre 1º e 2ºC, dão-se vários efeitos:

Uma das zonas termicamente mais vulneráveis são os olhos, devido
à sua reduzida irrigação sanguínea, podendo conduzir à formação de
cataratas em situações de exposição aguda.

...

Foi determinado um limiar de exposição de 150 mW/cm2, para
além do qual aparece uma catarata. Não há evidência que este efeito
cataratogénico ocorra perante os níveis de radiação de uma exposição
crónica a hiperfrequências de fracas intensidades a que a população em
geral está exposta, sendo necessárias exposições de grande intensidade,
durante pelo menos 1 h para provocar esta doença.

O uso de óculos altera os efeitos físicos das radiações electromagnéticas.
As armações metálicas dos óculos podem funcionar como reservatórios de
calor, potenciando os efeitos térmicos.

...

Os efeitos principais não térmicos detectados, cuja súmula a seguir se
apresenta, não se limitam aos efeitos da exposição a partir de uma estação
de base de um sistema de comunicações móveis, dado que muitos deles
foram efectuados com base nas radiações emitidas por um telefone móvel.
Há, de facto, diferenças na exposição a um telefone móvel e a uma estação
base. A intensidade máxima do campo eléctrico existente na cabeça de um
indivíduo exposto às radiações de um telefone móvel pode atingir cerca
de 50 V/m
, enquanto no caso da exposição da população em geral a uma
estação base, a intensidade máxima do campo eléctrico nos locais de
exposição da população em geral raramente ultrapassa os 5 V/m. A potência
emitida por uma antena de uma estação de base é reduzida, e os níveis
de exposição decrescem aproximadamente com o quadrado da distância
em relação à fonte, de tal forma que, a uma distância de alguns metros,
os níveis de exposição são inferiores a uma percentagem razoavelmente
significativa dos limites de exposição ao público.

...

Dar a conhecer o risco é indispensável. Vive-se uma época de quase
poluição física por ondas electromagnéticas.
O indivíduo só poderá proteger-se se estiver informado. Reter a
informação não é forma mais adequada de procedimento. Uma informação
objectiva, séria e ponderada, multiplicando as fontes de informação e
protegendo a sua independência, reduz as desconfianças por parte das
populações e leva-as a adoptarem as medidas de protecção individual e
colectiva propostas pelos avanços científicos e tecnológicos. Não seguirão
assim as pessoas os arautos de desgraças que unicamente pretendem
vender este ou aquele material de hipotética protecção individual
, que
muitas vezes mais não é do que uma panaceia sem qualquer fundamento
científico, para lucros de uns quantos menos honestos.
Por fim, prevenir os riscos, suscitando acções impeditivas de possíveis
acidentes.
A informação é a primeira etapa da prevenção, sabendo-se que esta
começa no indivíduo, antes de se estender em seu redor. Basta um uso
criterioso do telefone móvel para reduzir o impacte dos CEMs na saúde
. É
aconselhado um afastamento prudente de quaisquer fontes importantes de
CEMs. Está-se aqui ao nível da responsabilidade de cada um na qualidade
do seu microambiente.

...

A utilização duma nova tecnologia apresenta vantagens importantes.
Mas não menos importante é a saúde das pessoas. E em matéria de saúde,
a racionalidade deve ser acompanhada de prudência, mesmo pecando por
excesso de precaução.
 

Um relatório do Bioinitiative Working Group:

Alerta que as tecnologias sem fios que usam radiofrequência para enviar e-mails e comunicações de voz e  são "milhares de vezes mais fortes do que os níveis identificados" estando associados a sintomas físicos, incluindo dores de cabeça, fadiga, sonolência, tonturas, alterações da actividade cerebral e falta de memória e concentração.
Os cientistas revelam que estes efeitos podem ocorrer mesmo com pequenos níveis de exposição, se acontecer numa base diária, sendo as crianças mais vulneráveis.

O relatório do Bioinitiative Working Group:  http://www.bioinitiative.org/report/docs/report.pdf

O estudo da Direcção Geral de Saúde:  http://www.dgs.pt/upload/membro.id/fich … 009084.pdf

Mais informações: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/3967073.stm

e http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/4602315.stm

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