quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Há sargentos que se arrastam 14, 15 ou 16 anos no mesmo posto - Sargentos voltam aos protestos para exigir revisão na carreira

In "PUBLICO.PT":

“Há sargentos que se arrastam 14, 15 ou 16 anos no mesmo posto, sem perspectivas de progressão na carreira”, o que “não é certo”. O protesto é do presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), António Lima Coelho, que esteve hoje em frente ao Ministério da Defesa Nacional, acompanhado de perto de uma centena de colegas de profissão (à paisana), para exigir uma alteração na progressão da carreira.
Os sargentos queixam-se de passarem muitos anos no mesmo posto e pretendem que fique definido na lei os tempos máximos de permanência no mesmo posto, de forma a permitir uma progressão mais rápida na profissão. A “jornada” de protestos iniciada hoje, “Marcar o passo no posto, não! Primeiro-sargento, mais de cem mil horas”, vai ter “uma dimensão nacional”, garantiu Lima Coelho, já que é necessário chamar a atenção de um Governo que, “em termos de seriedade, deixa muito a desejar”. “Comparativamente aos governos anteriores, este assume uma postura de arrogância e teimosia”, acusou o primeiro-sargento.
Lembrando a garantia dada pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, de que as associações militares iriam ser ouvidas “no momento próprio”, Lima Coelho criticou o ministro por ainda não ter “tido tempo” para ouvir as associações, quando falta cerca de um mês e meio para a proposta de revisão das carreiras das Forças Armadas ser entregue. O presidente da ANS espera que “a audição prometida não seja apenas uma mera formalidade” e que as propostas das associações sejam consideradas no documento final, ao contrário do que aconteceu com as propostas de mudanças na saúde e nas reformas que, explica o sargento, “quando foram mostradas aos militares, já tinham sido aprovadas”.
Em sequência da divulgação da proposta de alteração da nova tabela remuneratória, Lima Coelho, questionado sobre as remunerações dos militares, fez questão de esclarecer que, “ao contrário do que se diz, poucos são os militares que ganham mais de 4 mil euros. Esses são uma franja mínima”. “A maioria dos sargentos" ganha entre “500 a dois mil euros".
Os militares, concentrados junto ao ministério de Defesa Nacional, exibiam bandeiras com o slogan do protesto, ao som de músicas de Zeca Afonso e da “revolução de Abril”, uma revolução que, fizeram questão de lembrar, “não tinha existido sem os militares”.

Ver:  TVI, Televisão Independente:

... Os militares têm perdido capacidade de poder de compra ao longo de mais de trinta anos, tudo porque a progressão da carreira militar quase não existe, é o que garante a Associação Nacional de Sargentos.

Uma situação que querem ver resolvida e querem que a concentração, desta quarta-feira, seja o pontapé de saída para não marcarem mais passo no mesmo posto, onde chegam a fazer mais de 100 mil horas. Já entregaram memorandos e pospostas na Assembleia da República, mas queixam-se de um muro de silêncio por parte do Governo e acusam-no de não cumprir a lei.

A saúde é também uma forte queixa dos militares, apesar do Governo já ter garantido que as comparticipações de Setembro já começaram a ser processadas. O descontentamento parece não ter fim à vista. Se depois desta manifestação não existir qualquer resposta do Ministério da Defesa vão existir formas de luta pelo país inteiro.

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